quinta-feira, 30 de julho de 2009

É o amor

Apesar do jeito de galã não transparecer, passei a maior parte da minha breve vida solteiro. Procurando a donzela ideal. Depois de muito andarilhar, pimba! achei. E ela é, muito para minha felicidade, uma garota que joga videogame.

E quando eu falo de garotas que jogam videogame eu não faço - deus me livre - referência nenhuma à equipes de Counter Strike ou Starcraft. Estou falando de jogos de gente. De meninas de verdade que jogam games de verdade. E que não fazem do tópico do dia o fato delas serem espécimes raras dessas criaturas lendárias.

PROTIP: Você não precisa ser exxxtrema pra mostrar que que joga. Tá tudo bem. Ninguém vai te julgar por isso.

Ela e eu dividimos os mesmos gostos ecléticos - RPG, luta, nave, bocha - e por isso fatalmente acabando jogando as mesmas coisas. Às vezes ela joga lá. Às vezes ela joga aqui. Como é o caso com Fallout 3: como eu que tenho a Caixa, ela senta aqui do meu lado enquanto eu faço qualquer porcaria no computador. Mas temos dois personagens diferentes em campanhas diferentes com roteiros diferentes.

Isso também é fidelidade. Fidelidade videogamística.

Existe um trato solene, nunca dito, nunca discutido e nunca desrespeitado. Eu mesmo quase sofri forte repreensão física por brincar com a idéia de quebrá-lo.

Alguns tópicos da boa convicência entre casais imersos no vício:

- Passar na frente (na história) do outro, pode - mas nunca NA FRENTE (no campo visual) do outro.
- Jogos começados em co-op são terminados em co-op. Sem exceções. Incluindo o World Tour de Rock Band.
- Um pode assistir o outro jogando alguma coisa, mas vai contra as regras da produtividade repetir o processo com os papéis trocados. Quem não jogo pode fazê-lo uma vez que seja de forma separada.
- No caso de jogos com vários finais, quem terminou primeiro ganha o direito de assistir o fim alternativo conquistado pelo outro.
- Níveis de dificuldades de outras opções devem ser definidas mediante a comum acordo.
- Spoilers são permitidos apenas sob permissão expressa, assinada e autenticada.
- Homens, não sejam animais de teta. Talvez elas demorem um pouco pra aprender a jogar como você acha que é o jeito certo de jogar.
- Mulheres, tenham paciência. Eles são animais de teta que acham que entendem alguma coisa.

Fernando Mucioli, gentleman

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Malditas crianças no meu quintal

Quando se ser trapaceiro virou uma coisa ruim? Onde foi que nós erramos?

Sim, porque nem sempre as coisas foram como são hoje. Limpinhas, caseiras, separadas por cabos de conexão banda larga e televisões de alta definição.

O mundo na era de ouro (ou seria de prata?) dos videogames era sujo, violento - uma selva. Mas era justo: o forte sobrevivia por seu próprio mérito. E quem tinha os truques, tinha o poder. Era só para alguns segundos na frente da máquina para, com alguns toques, botar Iori "Oróxe" e Leona "Chupacabra" na tela de seleção de The King of Fighters '97 para chamar a atenção. Era um jeito de dizer eu não sou só mais um, me respeitem.

O mesmo para quem descobria as passagens secretas, a sequência do Sound Test para habilitar vidas infinitas e seleção de fases e que se você ligasse o console com uma fita, tirasse ela - com o bicho ainda ligado - e colocasse OUTRA no lugar, abria algum extra. Ou queimava o videogame e destruía a fita.

Mas o foco de hoje não é esse.

Se reparar bem, todo o conceito de fliperama era mais ou menos de uma casa de jogo ilegal controlada pela máfia.

Você tinha o cara que vendia as fichas - e que também fazia vezes de contador - e os clientes casuais, que aparecem de vez em quando, jogam e vão embora sem que ninguém ligue muito pra eles. Tem também aquele rapaz da alta sociedade que sempre morreu de vontade de se misturar com as "pessoas normais". Mas esse fatalmente vai ficar só olhando.

Do outro lado do espectro temos os viciados - esses, os mais perigosos. Eles fogem das suas obrigações diárias (no caso, aquela aula de matemática) e gastam todas as suas economias (no caso, os passes escolares ou o dinheiro do lanche) para passar a tarde toda jogando alguma coisa. Qualquer coisa. Na falta de algo bom, qualquer Crouching Tiger Hidden Dragon 2003 Super Plus serve. Um viciado não escolhe.

E aí finalmente temos o Don. O chefe. O maioral. O cara que sabe que pode fazer aquele combo infinito com o Chang Koehan, mas corre o risco de travar a máquina no 83o golpe caso algum dos golpes ímpares acerte em crítico. Mas tudo bem. Porque diferente dos outros que estão ali, ele não precisa chamar o Leão de Chácara para resetar a máquina. O Leão vem até ele.

É em torno dele que todos os outros jogadores se reúnem - não importa o que ele vai jogar. Mesmo que ele não jogue nada. É ele que tem um amigo no Japão que conta TODOS os segredos dos próximos jogos. É dele que o cashier não vai cobrar, caso ele esteja sem trocado naquele dia. Se bobear, arruma algum lacaio pra roubar um round, uma luta ou uma ficha.

"Deixa que eu garanto essa", diz ele seguido de um beijo da morte

Quem viveu, viu. Eram dias selvagens em terras de ninguém. E hoje nego não pode nem atravessar uma paredinha em paz. Frangotes.

Fernando Mucioli só joga jogos hardcore feitos para jogadores hardcore como ele mesmo

terça-feira, 28 de julho de 2009

Aprecie com moderação (Bonus Track!)

Hoje eu ía consertar a minha bateria. Não vou mais.
Eu ía fazer um post novo decente. Não vou mais.
Ía dormir cedo*. Provavelmente não vou mais.

E porque? Por causa disso aqui:



Passar bem.

Fernando Mucioli atende por tengumaru na PSN

*Mentira®

Bonus Track!

Como o download da atualização do King of Fighters é mais que um Xbox e está me demorando mais de 9.000 minutos, decidir botar a mão na massa - ou no silver tape, no caso - e tentar consertar meu pedal do Rock Band seguindo esse "tutorial".

Eu gostaria de ter feito um vídeo com o processo todo, todo narrado com o maior carinho, mas fazer isso com a webcam aqui seria um cocô maior do que já foi. Então fiquem com a sessão de fotos.



Aqui os materiais necessários para a cirurgia. O pedal quebrado, silver tape, uma tesoura (de ponta redonda, como manda a tia da escola) e duas facas de pão. Porque Magaverzisse pouca é bobagem.*



Segundo estágio. Os dois pedaços do Titanic foram grudados preliminarmente com gloriosa Fita Prateada. Ficou torto e com um vão no meio. Mas a vida é assim.



Terceiro estágio. Facas de pão silverteipadas no corpo do meu novo encouraçado Potemkin formando uma tala titânica tarada de tungstênio transgênico, e tal.



Último estágio. Colocar o botão de volta na "casinha" foi um ânus sujo, fedido e peludo. Mas foi. Dei umas pisadinhas e tudo parece normal. Mas será que vai funcionar? Deixo esse mistério para uma próxima atualização.

*Pé não incluso

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Nada pessoal

Em luas passadas comecei a escrever um negócio chamado "10 Coisas que Metal Gear Solid NÃO é". Obviamente nunca terminei de escrever - e dizer isso é uma bondade danada, já que eu mal comecei a desenvolver o texto. Apesar dele nunca ter sido publicado, uma das idéias ficou aqui, presa em minha cabeça (não tão) cheia de cabelo, e pelo menos isso eu vou mandar descarga abaixo.

Metal Gear (Solid, Liquid, Gaseous, o que você quiser) não é bem escrito.

Pra dizer a verdade, a história de Metal Gear (Solid, Liquid, Gaseous, o que você quiser) é uma merda.

Antes de mais nada, deixa eu tirar isso da frente: eu gosto de brincar de esconde-esconde militar com subtemas homossexuais. Gosto mesmo. Menos do 2. E nem é por causa do Raiden ou da Rose, a mulher mais irritante da galáxia. É porque é tão quebrado/desequilibrado que não é nem engraçado. Os inimigos vão de portas a aves de rapina rápido demais pro meu gosto.

Ainda assim me espanta como (e com quanta frequência) as pessoas se embasbacam com a história da Cobra Sólida. Isso, se me permitem, é uma repetição clássica da Síndrome de Cinema Iraniano. Não faz sentido, aí eu não entendo. Eu não entendo, então deve ser profundo. É profundo, é genial. Clap clap clap!

Um roteiro sem pé nem cabeça com diálogos intragáveis, tocados por dubladores piores ainda. Star Trek descia a bronca no technobabble e todo mundo ria. Quando o Kojima faz isso, ele é intelectual. Quer um exemplo? Metal Gear Solid. Aquele japonês safado por acaso leu o Gene Egoísta? Entre isso e a história do Solid ter todos os genes dominantes (portanto sardento, sombrancelhudo e anêmico) e o Liquid todos os recessivos (portanto albino, hemofílico e com orelha colada na cabeça), defeco-me de rir.

Mas o 2 acho que ainda é o campeão dos diálogos sem pé nem cabeça e situações completamente irreais. Qualquer diálogo do Raiden com o Coronel é um bom exemplo do primeiro caso. "Did you mean NERD? HURR HURR DURR". A história do Hal "Comi Minha Mãe" Emmerich se encaixa no segundo. Coisa pior, só em novela do SBT. Não é profundo. Não é complexo. É irreal, exagerado e melodramático.

Com exceção dos inimigos retardados (todos eles, sem exceção), não tenho muitas reclamações a respeito do terceiro Metal Gear Solid. Ah sim: aquela musiquinha Snake Eater é outra merda. E tanto o sistema de camuflagem quanto o de medicina são furados. "Olha que realista, eu vou comer, me curar e trocar de roupa NUM MENU QUE PARA O TEMPO".

Mesmo com essas reclamações eu preciso dar o braço a torcer, porque tem uma coisa que o Kojima faz que (quase) ninguém mais faz. Ele envolve. Ele troca você e o personagem de lugar sem falar nada, sem ninguém perceber. Mistura os dois mundos. A luta contra Psycho Mantis, o fim de Sons of Liberty (quando o Coronel fica "doidão") e o duelo contra o The End em Snake Eater são ótimos exemplos disso.

Agora, se o seu negócio são histórias legais, vai jogar um Half-Life. Vai jogar um Prince of Persia, um Ace Attorney, qualquer coisa. Mas pare de babar ovo pra Metal Gear. Eu só falo pro seu bem.

Fernando Mucioli não fala para as massas. Ele as come.

sábado, 25 de julho de 2009

Nada

Hoje no blog não tem nada, mas é pra isso que servem os arquivos. Não é mesmo?
...
...
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Ok, uma colher de chá pra quem se sentiu enganado ao entrar aqui hoje: Bonus Round do post de ontem:

- Atabaque Hero
Mistura revolucionária entre música e luta - algo como um Patapon 1x1. Bata no tambor no ritmo certo para invocar o seu Exú preferido e partir para a briga! Uma só nota, muitas possibilidades!

Obs.: Frango, farofa e velas vendidas separadamente

Fernando "me engana que eu gosto" Mucioli

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Boa Idéia, Má Idéia

Um assunto recorrente das conversas que eu tenho com o Jefferson "Pao Pao Cafe" Kayo e o Takeshi "Mago do Flash" Oyama é a triste inexistência de jogos "muito-locos-véios" inspirados na história do Brasil.

Veja só você: temos games inspirados no faroeste americano. Nas guerras civis japonesas. Nas Cruzadas européias. Nas tribos africanas. Na antiguidade chinesa. E nossos velhos amigos - nós mesmos - ficam de fora?

Por isso, a equipe de um escritor do Kotowari preparou uma lista com várias sugestões pertinentes para criadores de jogos atentos aproveitarem todo o potencial do legado histórico desse Brasil varonil.

- Canudos & Conquer (Estratégia em Tempo Real)
Jogo de estratégia baseado no famoso conflito do nordeste brasileiro. Conselheiristas, rápidos, numerosos, fracos e com poderes mágicos - perfeitos para "zerg rushes" - contra Republicanos hi-tech armados até os dentes. Duas campanhas, muita diversão.

Nome alternativo: Command & Canudos

- Call of Duty: Paraguai Warfare ou Araguaia Warfare (Tiro em Primeira Pessoa)
Duas poossibilidades de FPS tupiniquins. Um enfrentado um ditador que se uniu a alienígenas para construiu um império na Terra, e outro controlando uma força tática especial cuja missão é libertar o país do domínio do supercomputador G.V.. Possíveis elementos de furtividade a la Metal Gear Solid nesse último.

- President Evil (Survival Horror)
Uma equipe especial da polícia federal se vê presa em um complexo miilitar/científico/umbandista criado com o intuíto de trazer à vida a Forma Definitiva de Getúlio Vargas. Sem muitos segredos aqui. Só poderíamos trocar os zumbis tradicionais por espíritos zombeteiros ou coisas do tipo.

- Cana Tycoon (Gerenciamento)
Você é o chefe de um engenho - faça-o crescer! Compre equipamentos de alta tecnologia para aumentar a produção e a produtividade! Mas cuidado, é bom manter o capataz por perto para motivar seus empregados quando ficarem cansados!

- Captain Quest (RPG)
Um jovem guiado por espíritos ancestrais parte numa viagem para salvar o mundo - e essa jornada passará por todos as "Capitanis", onde encontra amigos (como o simpático saci, praticante de artes marciais) e enfrenta criaturas terríveis (Cuca, Negrinho do Pastoreio).

- King of Quilombolas (Luta)
Dez aldeias, 30 lutadores, um só Rei! Jogo de luta que mistura mais variados estilos de capoeira (os reais e os que permitem que você solte uma bola de energia pelos pés) em um único torneio. O capoeirista de fogo e o capoeirista de gelo já são garantidos, mas nada impede a entrada de um Capitão do Mato aqui e um espírito da floresta ali.

Agora que todo o trabalho duro já foi feito, mãos à obra, sim?

Fernando J. Mucioli. "J" de "Jerico".

quinta-feira, 23 de julho de 2009

"...e eu tenho um problema"


Venho, pois, através dessa, criar e estabelecer a irmandade conhecida como Conquistadores Anônimos.

Não, não falo de um clubinho para que Napoleão, Alexandre, César e Genghis Khan possam se reunir toda quarta-feira à noite depois do trabalho para sentar e comentar, com lágrimas nos olhos, quandos soldados inimigos deceparam, fuzilaram, mandaram decepar ou mandaram fuzilar no último trimestre.

Esse é um grupo para pessoas como eu e você. Anormais. Que estremecem quando ouvem aquele *po-con*, acompanhado de uma caixinha cinza que aparece assim, de repente, centralizada na parte de baixo da tela ou no cantinho superior direito, contendo uma linha de texto e um valor numérico acompanado da letra "G", assim mesmo, majestosa, em caixa alta. E que se irritam quando percebem que isso aconteceu porque um "amigo" entrou online.

Se fosse amigo, não faria você sofrer assim. Faria?

Lá tentamos deixar de lado a crença de que não existe jogo bom. Existe jogo lucrativo. Gamerscore por hora. PELO MENOS cem pontos na primeira sentada, ou a tremedeira não passa.

Nesse lugar incrível, profissionais altamente treinados ensinam que Avatar: The Burning Earth é uma tentação perigosa - porta de entrada para substâncias mais perigosas. E que não vale a pena imprimir 50 páginas daquele tópico de fórum que explica, passo a passo, como destravar todas as 276 cores, armas e cabelos daquele RPG coreano cujos personagens tem cabeças três vezes a largura dos seus troncos. E tem um simulador de relacionamentos.

Com cartas.

Enfim, uma irmandade para procurar apoio quando seus entes queridos não sabem o que fazer. Só não aceitamos jogadores de World of Warcraft. Para esses recomendamos eutanásia.

Aceitamos novos inscritos.



Fernando Mucioli, diretor-sócio-fundador.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Agora conta a do Papagaio #03

Stuart Beattie diz: "Halo é o Star Wars da nossa geração"

Resumo:
O roteirista de Piratas do Caribe gosta tanto de Halo que resolveu fazer ele mesmo, por conta, um script pra um filme baseado no jogo. Sem nem saber se o negócio vai pra frente. Ele jogou os jogos, leu os livros e provavelmente tem, pendurado na porta do armário, um pôster do Master Chief só de capacete. SÓ de capacete.

Punchline:
"Eu acho que nem todos os videogames devam ser transformados em filme, assim como nem todo livro deveria ser transformado em filme. Nem todo quadrinho deveria, mas alguns com certeza, porque são tão visuais*, os personagens são tão ricos e a mitologia é tão vasta que deveriam. Halo é certamente um dos 'deveriam'".

Ok Stewie, alguns fatos rápidos:
1) O meu dedão do pé esquerdo, aquele com micose, tem mais personalidade que o Master Chief.
2) Um picles gera histórias mais interessantes que o universo de Halo. Ver abaixo:



Pensando bem, o Master Chief É um grande picles hi-tech. Quanto potencial desperdiçado!

Fernando Mucioli não tem punchlines. Só punches.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Habemos Hentai

Eu não penso em pornografia o tempo inteiro. Só quando é pertinente - conceito esse que é um tanto quanto relativo.

Foi pertinente, por exemplo, pensar em pornografia nesse post aqui. É pertinente, então, pensar em pornografia de novo agora que me bateu aquela vontade de continuar o assunto. De um jeito um pouquinho diferente.

Mais uma vez, a inspiração veio de fora: um amigo, que mora no Japão e acompanhou a "crise dos jogos eróticos" lá mais de perto, me mandou uma charge deveras interessante que me fez olhar a situação um pouco mais por baixo da saia - coisa que eu não estou acostumado a fazer.

Para quem não viu ou não se interessou em ver, o shitstorm causado quando redescobriram o Rapelay - aquele jogo de 2006 - foi maior do que o imaginado. O governo japonês fez com que muitos sites dedicados a jogos, ilustrações e mangás eróticos trancassem suas portas a visitantes do exterior e restringissem suas... área de atuação, digamos assim. Certas temáticas foram proibidas, desproibidas e, acho proibidas de novo. Os estupros virtuais fazem parte dessa categoria.

Whatever, dude
- pensei. Fetiche escroto, vá lá. Mas estupro é outro papo. Eles certamente conseguem se virar sem isso.

Mas aí me bateu - ou melhor, a charge me bateu.
O que é mais frágil: uma "indústria" de fundo de quintal tocada por nerds com muito talento, imaginação e tempo hábil em feiras esporádicas e pela internet ou um negócio multimilionário - esse sim - atrai milhões de jovens (e não tão jovens assim) pra uma vida "fácil", com muito dinheiro e pouca dignidade? Faz com que elas, algumas nem bem com 18 anos, já se vejam humilhadas por dezenas de homens ao mesmo tempo? Bota as gurias pra comer baratas (é, o inseto) e uma variedade de dejetos humanos? Essa mesma que é protegida por poder financeiro, político e, obviamente, físico?

Claro que a escolha, no fim das contas, é da moça. Sempre existe escolha. Mas nesse caso, pelo menos a relação é cíclica: tem procura porque tem mercado, tem mercado porque tem procura.

É realmente ótimo que governos - ou quem quer que seja - queira inibir coisas que denigram a imagem da mulher (o que por si só já é algo complicado no Japão). Mas por favor: "dois pesos, duas medidas", não. É fácil pegar no pé dos nerds indefesos (perturbados, mas ainda assim indefesos) e achar que o problema está resolvido porque diminuiu a safadeza sofrida por gente que não existe.

Me acordem quando nego começar a levar as coisas a sério, se revoltar com o que vale a pena se revoltar e parar de fingir que se importa.

Fernando Mucioli pode não concordar com a sua tara secreta, mas vai lutar até a morte pelo direito do leitor de tocar sanfona para acetato e/ou namoradas cujo sobrenome sejam .jpg, .png, .gif e variantes.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Hot Samus Pics and Videos



Ótimo. Agora que eu já tenho a sua atenção, clique no link em seguida e comece a assistir a melhor coisa relacionada a videogames já feita em outra mídia: There Will Be Brawl. É Super Smash Bros. meets Watchmen meets AWESOME.

Ah, tem essa Samus aí também. Em mais de um episódio, não se preocupem. Só não digo a partir de qual ela aparece.

E contrariando diretamente o que eu disse no post passado, eu minto sim. Pelo menos menti agora: só tenho uma foto da moça pra postar. Ta-ta!

Foi curto, mas foi de coração.

Crédito da foto: http://www.gregdestefano.com/

domingo, 19 de julho de 2009

Inocência Perdida

Hoje me dei conta de que eu adoro essas bisnaguinhas da Seven Boys. Sério, são as melhores. Além de serem as mais gostosas e macias, ficam assim por mais tempo mesmo depois que a gente abre o pacote - diferente das outras, que já secam no dia seguinte.

O que eu NÃO gosto, porém, é de gente que fala bobagem.

Foi o Doutor Cláudio "Hadovken" Prandoni quem botou no tuíter um artigo do Destructoid de reação a uma resolução recente da Federal Trade Comission, um órgão
que regula comércio nos Estados Unidos. Essa é, essencialmente, uma "cartilha" de como encarar os posts nos blogs de games e, nas entrelinhas, os classifica como não sendo jornalismo d verdade.

Essa é uma das bobagens.

Quem acompanha notícias por esse mundão sem portera sabe que existem blogs tão bons (senão melhores) do que sites grandes e "jornalísticos-de-verdade". Cito o Joystiq como um exemplo de blog bom em comparação ao GameSpot, site ruim salvas algumas exceções. Os rapazotes dão mais notícias, que são mais interessantes e que chegam aos Intertubos mais rápido. Talvez não com a profundidade e a contextualização devida, mas ainda sim é um blog muito bom.

A outra bobagem vem do próprio Destructoid - ele mesmo um dos blogs mais conhecidos do meio. Leiam o texto inteiro, se possível. Se impossível, eu resumo: a
conclusão do artigo é que "entusiastas de videogame" são mais confiáveis que "jornalistas 'de verdade'" e que os grandes sites são os que devem levantar suspeitas de corrupção, digamos assim. A segunda e a terceira bobagem.

Reação bunda-doída. Revoltadinha. Rebelde sem calças. Se hay govierno, soy contra!.

Como o texto do Destructoid bem diz, não só de anjos e/ou demônios são feitas as redações - sejam elas de blogs ou sites grandes e bem estruturados. Quer dizer que qualquer um deles pode produzir matérias incríveis - como algumas entrevistas que o 1UP faz com o Tomonobu Itagaki e a série de "entrevistas em cadeia" que o Kotaku fez logo depois da E3 de 2009 - e lixo com direito à moscas e xorume - o artigo sobre "Sound Novels" do próprio 1UP e, bom, todo o resto do jornalismo de fundo de quintal que o Kotaku regurgita todo dia.

Me perdoem os que seguem a filosofia explicitada acima. Sou contra ela, como já se pôde perceber. Nem sempre o pequeno é o puro, o coitado, o indefeso e, por isso mesmo, o guardão do que é certo e justo - como se uma coisa tivesse realmente algo a ver com a outra - enquanto o "sistema" é mau, enganador e manipulador. Coloca-se muito peso em um Gerstmanngate (que foi, obviamente, grave) e na corrupção dos grandes meios e esquece-se que, dia após dia, muita gente irresponsável lasca o dedo nos seus blogs.

Aliás, taí: se o jornalismo de grandes sites é corrupto, o jornalismo de blogs é irresponsável. Em ambos os casos, com relação à informação e à desinformação.

De qualquer forma, podem acreditar no qu eu digo: as bisnaguinhas Seven Boys são boas mesmo. Com requeijão, manteiga, ou até puras. Purinhas

Fernando Mucioli. Advogado do Diabo desde 1984.