segunda-feira, 27 de julho de 2009

Nada pessoal

Em luas passadas comecei a escrever um negócio chamado "10 Coisas que Metal Gear Solid NÃO é". Obviamente nunca terminei de escrever - e dizer isso é uma bondade danada, já que eu mal comecei a desenvolver o texto. Apesar dele nunca ter sido publicado, uma das idéias ficou aqui, presa em minha cabeça (não tão) cheia de cabelo, e pelo menos isso eu vou mandar descarga abaixo.

Metal Gear (Solid, Liquid, Gaseous, o que você quiser) não é bem escrito.

Pra dizer a verdade, a história de Metal Gear (Solid, Liquid, Gaseous, o que você quiser) é uma merda.

Antes de mais nada, deixa eu tirar isso da frente: eu gosto de brincar de esconde-esconde militar com subtemas homossexuais. Gosto mesmo. Menos do 2. E nem é por causa do Raiden ou da Rose, a mulher mais irritante da galáxia. É porque é tão quebrado/desequilibrado que não é nem engraçado. Os inimigos vão de portas a aves de rapina rápido demais pro meu gosto.

Ainda assim me espanta como (e com quanta frequência) as pessoas se embasbacam com a história da Cobra Sólida. Isso, se me permitem, é uma repetição clássica da Síndrome de Cinema Iraniano. Não faz sentido, aí eu não entendo. Eu não entendo, então deve ser profundo. É profundo, é genial. Clap clap clap!

Um roteiro sem pé nem cabeça com diálogos intragáveis, tocados por dubladores piores ainda. Star Trek descia a bronca no technobabble e todo mundo ria. Quando o Kojima faz isso, ele é intelectual. Quer um exemplo? Metal Gear Solid. Aquele japonês safado por acaso leu o Gene Egoísta? Entre isso e a história do Solid ter todos os genes dominantes (portanto sardento, sombrancelhudo e anêmico) e o Liquid todos os recessivos (portanto albino, hemofílico e com orelha colada na cabeça), defeco-me de rir.

Mas o 2 acho que ainda é o campeão dos diálogos sem pé nem cabeça e situações completamente irreais. Qualquer diálogo do Raiden com o Coronel é um bom exemplo do primeiro caso. "Did you mean NERD? HURR HURR DURR". A história do Hal "Comi Minha Mãe" Emmerich se encaixa no segundo. Coisa pior, só em novela do SBT. Não é profundo. Não é complexo. É irreal, exagerado e melodramático.

Com exceção dos inimigos retardados (todos eles, sem exceção), não tenho muitas reclamações a respeito do terceiro Metal Gear Solid. Ah sim: aquela musiquinha Snake Eater é outra merda. E tanto o sistema de camuflagem quanto o de medicina são furados. "Olha que realista, eu vou comer, me curar e trocar de roupa NUM MENU QUE PARA O TEMPO".

Mesmo com essas reclamações eu preciso dar o braço a torcer, porque tem uma coisa que o Kojima faz que (quase) ninguém mais faz. Ele envolve. Ele troca você e o personagem de lugar sem falar nada, sem ninguém perceber. Mistura os dois mundos. A luta contra Psycho Mantis, o fim de Sons of Liberty (quando o Coronel fica "doidão") e o duelo contra o The End em Snake Eater são ótimos exemplos disso.

Agora, se o seu negócio são histórias legais, vai jogar um Half-Life. Vai jogar um Prince of Persia, um Ace Attorney, qualquer coisa. Mas pare de babar ovo pra Metal Gear. Eu só falo pro seu bem.

Fernando Mucioli não fala para as massas. Ele as come.

3 comentários:

Laka disse...

Não entendo porra nenhuma de Metal Gear ou games em geral.. porém "Fernando Mucioli não fala para as massas. Ele as come." valeu o dia com algo engraçado hahahahaha

A.Sato disse...

O que sempre me chamou a atenção em Metal Gear foi a jogabilidade, que tem detalhes que vc pensa "que legal que ele pensou em algo assim" pq é algo inusitado, como mudar o relógio do PS2 pra matar o The End, o lance dele se esconder dentro das caixas etc.

Achei engraçado que qdo vi meu irmão jogando o 2, ouvi uma voz de mulher falando "Freeze!", perguntei pra ele quem foi q falou, ele respondeu que foi o Raiden ahaha

Artur Palma disse...

Como alguém do Penny Arcade falou, Metal Gear Solid 2 prova que o Hideo Kojima ODEIA quem gosta de MGS.

E não só isso, ele faz personagens ressuscitarem mais que super-heróis de quadrinhos da Marvel, pqp!