sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Histórias de XI, Dia #03: Lone Ranger

Depois da surra vergonhosa na caverna, chegou o dia em que Dukkturr não poderia fazer as vezes de Toddynho em nossa saga. Decidi, portanto sair por aí solo pesquisando e tentando aprender de verdade como esse jogo funciona.

Os posts anteriores podem dar a entender exatamente três coisas. Uma, que o jogo é um lixo. Outra, que eu sou um indie xixi que não gosta de nada que não tenha sido feito na garagem de casa numa pegada "games é arte, meu". E por último, que eu sou escravo de World of Warcraft. Garanto que a terceira e a segunda não são verdade. Juro que a primeira também não.

Eu já falei aqui como o sistema de batalha é genial, mas não custa repetir. Ele é genial. Perfeito, eu diria. E eu nem tô brincando. A minha avó, que morreu sem encostar num videogame, poderia dizer pra você que um sistema baseado em clicar sem parar é chato e repetitivo. Sem contar retardado. Por isso dou todas as glórias para o gerenciamento das batalhas de FFXI. Clápe clápe.

Mas uma coisa que deveria ser lei em MMO, que WoW faz excelentemente bem e que lá na terra de Kabalski e Dukkturr também funciona perfeitamente é um negócio que eu chamo de Gratificação Instantânea. Atentem que nào estou falando de masturbação.

Pra explicar o que é isso eu vou usar o oposto extremo do espectro: o abominável Ragnarok Online. Preste atenção, você que nunca jogou e por isso é um ser humano melhor que eu: lá você começa como um Aprendiz, que é um belo eufemismo pra inútil que não faz nada que preste: suas únicas habilidades são dar facadas e se fingir de morto. E você vai passar seus dez primeiros níveis assim. Dez básicos e dez de classe, que avançam um pouco mais devagar.

Nesse processo você gasta, no mínimo, umas duas ou três horas. Duas ou três horas sem poder fazer nada ou poder ir pra nenhum lugar do mundo que não seja o mapa inicial porque senão você morre.

Passados esses mais de dez níveis e dolorosas horas perdidas, você troca de classe. O que na prática quer dizer que você troca de roupa. Isso porque:

1) sua primeira habilidade inicial de classe é inútil ou,
2) você não tem equipamento suficiente pra usar as habilidades iniciais

E aí você precisa continuar treinando pra ganhar força e/ou conseguir dinheiro para equipamentos melhores. Isso, claro, sem contar a tática de se fingir de menina para arrebatar algum jovem solitário com muito amor pra dar.

Ah, sabe o que isso quer dizer também? Que se você quiser fazer um mago decente, por exemplo, vai precisar investir todos os seus pontos de atributo em inteligência e destreza - o que garante que você não vai causar picas de ano e vai morrer a cada peido que levar de qualquer gosminha que anda por aí. Já começou a se divertir?

Gratificação Instantânea é o contrário disso. Quer dizer que se eu jogar como mago, já vou começar com pelo menos uma magia pra me sentir como um mago logo de cara. Isso acontece em WoW e isso acontece em FFXI. Por incrível que pareça são poucos os jogos que adotam essa filosofia.

No caso do meu Monk, eu já podia sair dando dois ataques por turno e ativando uma habilidade marota que duplicava a velocidade das pancadas. Uns niveizinhos depois, meu primeiro buff pra eu poder me virar sozinho. Coisa linda de deus.

Como em todo MMORPG de gente, dá pra registrar determinados comandos (ou golpes, ou xingamentos) a teclas de atalho. Nada mais que a obrigação. Mas aí eu descobri que você pode programar macros na porcaria do jogo. Sensacional. Eu tenho cinco linhazinhas de comando pra registrar o que eu quiser, e bons exemplos do que fazer com elas tem de sobra por aí. Seus buffs acumulam? Programa a macro pra soltar eles um atrás do outro com uma (ou ctrl+uma) teclinha. É mágico. É óbvio. É genial.

E atenção jogadores de D&D: FFXI deixa você ter classe dupla. É. Cura numa mão e Fire 3 na outra, bitches. Achei isso o máximo e, até onde eu sei, nenhum outro MMO baseado em clases deixa dividir classes assim, evoluídas de forma independente. Só dá pra fazer isso completando uma quest específica mais pra frente, mas ainda assim é algo muito legal de se ter.

Mas isso são só três das coisas que eu gostei bastante. Mesmo porque, não deu pra investigar muito mais. Só sei que tem coisas com pontos de reputação, e que você pode lutar pelo seu reino: você se alista, e aí quanto mais lutar e fizer coisas, mais a sua quebrada fica firmeza. Eu gostei disso. Não transforma o jogo em uma coisa retardada onde nego só pensa em ficar desafiando os outros em PVP. Rá, te peguei nessa Orcréfti!.

Resumindo: esse é um MMO que parece que te odeia. Mas tá só se fazendo de difícil. Depois que você dá aquele cheiro no cangote e passa a mão por cima do ombro, fica tudo bonito.

...

...o que eu fiz nesse dia? Andei pra cá, andei pra lá, comprei uma arma e matei fauna. Satisfeitos?

Fernando Mucioli esqueceu de escrever essa notinha de rodapé no post anterior. Quanta petulância!

3 comentários:

Artur Palma disse...

Se você matou a Fauna, o que fez com a Flora?

(comentário tão original quanto uma analogia de mal gosto)

A.Sato disse...

Meu lado gamer fica com vontade de testar o jogo tb. Meu lado sensato diz q é melhor não, minha vida já tem jogos demais e tempo de menos >_<

Artur Palma disse...

Captcha diz: Uluti.

Eu digo: Uluti para você também.